30/06/2025
Impacto socioeconômico do saneamento na bacia do rio Pinheiros pode chegar a R$ 16 bi, diz Instituto Trata Brasil
O trabalho de revitalização na Bacia do Rio Pinheiros deve gerar benefício socioeconômico de R$ 16 bilhões na área atendida, segundo estudo divulgado nesta segunda-feira pelo Instituto Trata Brasil e pela consultoria ex ante. Esse valor é o saldo positivo a partir dos investimentos que começaram a ser realizados no ano 2000 e considera R$ 7,9 bilhões em impacto já observado até 2022 e mais aproximadamente R$ 8 bilhões para os próximos anos.
“Os resultados mostram que o saneamento básico é investimento com retorno garantido. Na Bacia do Rio Pinheiros, entre 2000 e 2022, foram gerados benefícios de quase R$ 8 bilhões e o legado da universalização proporcionará mais R$ 8 bilhões em ganhos socioeconômicos”, declara a presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto. Ela destaca que o acesso pleno ao saneamento básico resulta em menos doenças, mais produtividade, preservação da natureza e impulso ao turismo.
De acordo com o estudo, denominado “Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento na Bacia do Rio Pinheiros”, entre 2000 e 2022, 589 mil moradores da região da Bacia do Rio Pinheiros passaram a ter acesso ao serviço de abastecimento de água tratada e 840 mil passaram a ter acesso ao serviço de coleta de esgoto em suas residências por meio de redes coletoras.
Embora ainda haja um déficit de 32 mil pessoas sem água tratada e 90,2 mil sem coleta de esgoto na área atendida pela Bacia do Pinheiros, o estudo detectou que o saldo positivo de R$ 7,9% bilhões no impacto socioeconômico do período se deu por meio de R$ 22,303 bilhões em benefícios diretos com renda e impostos e 2,702 bilhões em redução de perdas por externalidades negativas da falta de saneamento, e descontados os custos para a realização dos trabalhos realizado durante os 22 anos. No balanço, conforme aponta a análise, a cada R$ 1,00 investido em saneamento nos últimos foram gerados ganhos sociais de R$ 1,70.
A área beneficiada pela Bacia do Rio Pinheiros é composta por R$ 2,7 milhões de moradores da cidade de São Paulo, 166 mil em Embu das Artes e 273,5 mil Taboão da Serra. “Além de todos os benefícios econômicos e ambientais, o saneamento é um poderoso instrumento de inclusão social. Ao garantir água tratada e coleta adequada de esgoto, regiões e populações antes excluídas passam a ter oportunidades reais de desenvolvimento. São vidas transformadas por meio do saneamento básico”, afirma Pretto.
Até 2022, segundo o levantamento, 96,6% da população da Bacia do Rio Pinheiros já estava conectada à rede de esgoto – um índice de universalização, segundo o Marco do Saneamento e acima das médias estadual e nacional. Porém, a meta é atingir os 100% até, no máximo 2033, com o Programa Novo Rio Pinheiros.
Para o período a partir de 2022, a projeção é que haverá um novo saldo positivo de aproximadamente R$ 8 bilhões, considerando fatores como redução de custos com saúde na ordem de R$ 727,1 milhões, aumento de produtividade da força de trabalho gerando R$ 2,9 bilhões e também aumento 408 milhões em renda imobiliária e outro R$ 1,3 bilhão em renda com turismo, já que a revitalização tem como objetivo atrair atividades para a margem do rio, entre outros fatores.
“Reverter décadas de degradação ambiental é uma ação que devolverá à população um rio mais limpo, mas também dignidade e qualidade de vida aos habitantes”, ressalta a presidente-executiva do Instituto Trata Brasil.
“Estima-se que os ganhos de renda total serão de R$ 11,609 bilhões no período pós 2022. Com isso, os benefícios totalizarão R$ 17,056 bilhões, enquanto os custos totais para manter a universalização serão de aproximadamente R$ 8,996 bilhões após 2022. Assim, o balanço da universalização do saneamento deve ser acrescido um saldo de perpetuidade no valor de R$ 8,059 bilhões”, aponta o estudo.
Fonte: Valor Econômico.