Sinimail nº 36 – 27/10/2025

Semana Nacional da Engenharia

Com o SINICESP e a BRASINFRA entre os patrocinadores, o Instituto de Engenharia realizou, entre os dias 20 e 24 de outubro, a Semana Nacional da Engenharia. O evento reuniu os principais nomes da engenharia, tecnologia, educação e infraestrutura do país.

Durante cinco dias, profissionais e lideranças do setor participaram de 15 seminários e eventos presenciais, todos com o objetivo de inspirar, conectar e transformar a engenharia brasileira.

A programação incluiu painéis, debates e premiações, com destaque para o Prêmio Melhores e Maiores Obras e os debates sobre inovação, sustentabilidade, educação e o papel estratégico da engenharia no desenvolvimento nacional.

O evento reuniu autoridades públicas, executivos e especialistas do setor, que discutiram temas como infraestrutura, mobilidade, energia, sustentabilidade, urbanismo, tecnologia e formação profissional.

A realização da Semana Nacional da Engenharia também fez parte da celebração dos 109 anos do Instituto de Engenharia.

O evento foi aberto com o discurso do presidente do Instituto de Engenharia, José Eduardo Jardim, que afirmou: “Cada palestra, debate e apresentação foi planejada para proporcionar conhecimento e estimular o pensamento crítico, indispensável à superação dos desafios atuais e futuros da engenharia no Brasil”.

Participaram, também, da mesa de abertura: a vice-presidente de Administração e Finanças do IE, Miriana Marques, o presidente da Semana Nacional da Engenharia, Regis Gehlen Oliveira, o secretário de Infraestrutura Urbana e Obras, Marcos Monteiro, a representante do Governo do Estado de São Paulo, Marisa Maia de Barros, o representante do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, Amândio Martins, o presidente da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural, Ricardo Borges Kerr, e o diretor administrativo e financeiro da BRASINFRA, Carlos Laurito.

No segundo dia de evento, Luiz Albert Kamilos, conselheiro do SINICESP e ex-presidente da entidade, participou do painel “Rodovias Avanços e Oportunidades”. Em seu pronunciamento, Kamilos afirmou que o SINICESP atua, há 60 anos, em prol das empresas que realizam obras de infraestrutura em São Paulo. São 140 empresas associadas. O setor emprega atualmente 115 mil trabalhadores.

Apesar das deficiências técnicas e de mercado, o setor, segundo Kamilos, vem sobrevivendo. Entre as possibilidades de evolução, ele cita a melhoria na tecnologia de execução de obras por parte das construtoras.

Em São Paulo, a malha rodoviária pavimentada é de 22 mil quilômetros, sendo que deste total, segundo Kamilos, treze mil são de responsabilidade do DER, que atualmente realiza projetos de conservação rodoviária instituídos pela gestão anterior.

Ele também destacou que as construtoras de obras rodoviárias estão assinando os contratos da Fase 9 de conservação rodoviária, com 170 obras licitadas, com a adequação de projetos para cada uma das estradas que terão as obras.

Kamilos também destacou que um dos desafios atuais do setor é a adaptação à Nova Lei de Licitações, que permite diferentes interpretações pelos órgãos concedentes e fiscalizadores de obras.

Também participaram do debate, Marco Aurélio Barcelos, presidente da ABCR, Regis Gehlen Oliveira, presidente da Semana Nacional da Engenharia, e José Manoel Aguirre Neto, do Instituto de Engenharia.

No terceiro dia de debates, foi realizado o painel “O apagão de pessoal qualificado e mão de obra”, com as participações deJosé Alberto Pereira Ribeiro, presidente da BRASINFRA, Sérgio Figueiredo Senhorini, presidente do SINICESP.

Sérgio Senhorini, Miriana Marques e José Alberto Ribeiro

O Presidente da BRASINFRA destacou que, hoje, em virtude dos novos projetos e obras de engenharia em todo o país, há uma demanda muito forte de mão de obra em todos os níveis, desde engenheiros, passando por operadores de máquinas, técnicos e serventes. Segundo ele, sem a engenharia os planos de governo são apenas papéis.

Para Ribeiro, temos que ter a união para falarmos a mesma língua. Nós não temos mão de obra qualificada, não temos engenheiros, não temos operadores de equipamentos, não temos pessoal administrativo.

Não podemos perder a oportunidade, em um momento que temos demanda tão grande de investimentos, isso tanto no universo das obras a serem realizadas pelas concessionárias de rodovias como também no setor de obras públicas.

O painel “O apagão de pessoal qualificado e mão de obra” também contou com as participações de Miguel Noronha, coordenador do Comitê de Construção pesada da ABDIB, Márcio Alberto Cancellara, vice-presidente da Abemi, e moderação de Miriana Pereira Marques, vice-presidente do Instituto de Engenharia.

José Alberto Ribeiro, presidente da BRASINFRA

O presidente do SINICESP, Sérgio Senhorini, destacou três pontos que podem ajudar a compreender a atual carência de pessoal, principalmente nos setores intermediários da cadeia de execução de mão de obras.

Um deles, está ligado diretamente aos programas sociais de renda. Segundo Senhorini, eles são totalmente necessários, entretanto, desestimulam o trabalhador a optar por uma ocupação mais regrada e com obrigações a serem cumpridas.

Sérgio Senhorini, presidente do SINICESP

Outro fator que dificulta a contratação de mão de obra, segundo Senhorini, se acentuou após a pandemia da Covid-19, com a instituição do sistema de home office. Muitos profissionais ajustaram suas atividades nesse padrão, e com isso não têm optado por atividades presenciais, cinco dias por semana.

Ainda segundo ele, no setor da construção pesada, há uma característica “nômade” em função do prazo de execução e finalização das obras, o que obriga os profissionais a se estabelecerem em localidades diferentes, dependendo da duração da execução da obra, o que afasta os profissionais, principalmente os do nível técnico e de engenharia.